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Upper Deck e Ravensburger: O Caso Lorcana

A Ravensburger vem a alguns meses criando muito burburinho a respeito de seu novo jogo de cartas colecionáveis, Lorcana, que terá como chamariz principal todos os 100 anos da Disney. Assim como Pokémon, as cartas colecionáveis de seu novo jogo, trarão imagens, só que não dos monstrinhos, mas sim dos personagens mais famosos dos desenhos, filmes e seriados da Disney, abrindo realmente espaço para não apenas o jogo, mas o colecionismo entre os jogadores, assim como o já referido Pokémon faz.

O caso, porém, é que assim que Lorcana chegou finalmente ao público, mesmo que para demonstrações, a Upper Deck entrou com um processo contra a Ravensburger e contra o autor Ryan Miller por supostamente terem copiado o jogo original de Upper Deck, Rush for Ikorr.

A Upper Deck é uma empresa de jogos de cartas, conhecida pela série de jogos da linha Legendary e, segundo seus documentos do processo, ela havia contratado Miller para ser lider de projeto de Rush for Ikorr. Porém, antes da finalização do projeto, Miller abandonou a empresa e tornou-se funcionário da Ravensburger que, por sua vez, repaginou o desenvolvimento de Miller como Lorcana.

Muito embora as mecânicas e conceitos por trás de jogos de tabuleiro não sejam efetivamente produtos sujeitos a copyright, o caso é que a Upper Deck justamente não está usando o ângulo de copyright para o processo, focando muito mais na quebra do contrato de sigilo e não utilização da propriedade intelectual da Upper Deck que Miller tinha, ou seja, na atuação pivotal de Ryan Miller no desenvolvimento de ambos.

Isto dito, de acordo com as diversas fontes que pesquisei, ambos os jogos, Lorcana e Ikorr, são realmente extremamente semelhantes. Isto, porém, também pode ser dito de muitos outros jogos de cartas colecionáveis existentes ao longo dos anos desde o lançamento de Magic, o que nunca foi base para alegações de cópia.

A Ravensburger, como parte afetada deste imbróglio, respondeu as alegações alguns dias depois, nas palavras de Lisa Krueger, diretora de comunicações da Ravensburger North America, que reproduzo abaixo:

We at Ravensburger stand behind the integrity of our team and the originality of our products. The baseless claims filed this week are entirely without merit, and we look forward to proving this in due time. In the meantime, our focus continues to be on developing and launching a fantastic game in August.

Lisa Krueger

Em tradução livre: “Nós na Ravensburger nos colocamos atrás da integridade de nosso time e na originalidade de nossos produtos. As alegações sem base mostradas esta semana não tem nenhum mérito e nós provaremos isto no momento correto. Neste meio tempo, nosso foco continua a ser no desenvolvimento e lançamento deste fantástico jogo em agosto.

A Ravensburger não parou com os esforços de divulgação de seu jogo e as demonstrações em eventos tem sido cada vez mais frequentes, porém a situação parece longe de acabar e, adicionalmente, poderá abrir precedentes importantes na indústria de jogos de tabuleiro, justamente por se situar em um limite entre a propriedade intelectual protegida por um contrato versus a impossibilidade de proteção de mecanismos de jogos.

Para aqueles que quiserem ler o documento criado pela Upper Deck, a Polygondotcom subiu ele na íntegra no Scribd e você pode ler ele a seguir.

The Upper Deck Company v. Ryan Miller and Ravensburger North America pela Polygondotcom no Scribd