A Spiele-Autoren-Zunft (ou SAZ) é um órgão de classe para autores de jogos de tabuleiro na Alemanha, equivalente ao recentemente fundado, Tabletop Game Designers Association nos Estados Unidos (veja aqui), que atua na defesa deste grupo de trabalhadores imprescindíveis para os jogos de tabuleiro.
No início deste mês eles divulgaram uma carta aberta contendo exemplos do que a SAZ considera “práticas não transparentes e questionáveis por uma gama de editoras ao calcular remunerações dos autores”, juntamente com sugestões de como isto deveria ser remediado, que você pode acessar na íntegra, aqui.
Entre outros argumentos, a SAZ mostra que grande parte dos autores de jogos de tabuleiro tem uma posição, no que diz respeito a sua remuneração, pior do que autores de livros, já que os primeiros recebem, usualmente, uma percentagem das vendas líquidas da empresa, ao passo que os autores de livros recebem, usualmente, uma percentagem do preço recomendado de venda dos livros. Ao refletir sobre isto, chegamos facilmente a percentagens bem pequenas, já que muitas editoras podem chegar a oferecer descontos chegando a 50% ou mais para os revendedores, o que derrubaria drasticamente a venda líquida sobra a qual a percentagem é calculada.
Adicionalmente, sem citar nomes, são citados exemplos de empresas nas quais custos associados a propaganda, seguro e embalagens, bem como categorias nebulosas como “custos similares” são deduzidas dos ganhos dos autores, o que, segundo a SAZ, faz com que os ganhos de autores de jogos cheguem a ser 80% menores que dos autores de livros.
A carta demanda que as editoras assumam estes custos adicionais, já que eles são responsáveis pela produção e distribuição, devendo assumir os riscos do negócio, ao passo que os autores muitas vezes devem manter serviços criativos para a editora por anos a fio até que possam finalmente receber seus primeiros ganhos.