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SPIEL’24 – Cobertura

No último domingo, 06 de outubro de 2024, a SPIEL, maior feira de jogos de tabuleiro do mundo, realizada anualmente na Alemanha, fechou suas portas com um balanço bem interessante.

A feira teve, pela primeira vez na história, todos os ingressos para todos os dias da feira esgotados. Os ingressos para os 4 dias e os ingressos de quinta e sexta já estavam esgotados alguns dias antes da abertura da feira e os de sábado e de domingo esgotaram antes do final de semana, marcando uma feira na qual nem todos que gostariam de entrar na feira puderam fazê-lo.

A organização da feira divulgou que, durante os 4 dias da feira, a mesma teve em torno de 204.000 visitantes, o que representa um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior, porém ainda abaixo da quantidade de visitantes de 2019, quando a feira chegou a ter 209.000 visitantes. Este número record, porém, talvez nunca mais seja alcançado novamente, porque a organização limitou a venda de ingressos e muito provavelmente fará isto novamente ano que vem, até por questões de segurança da feira, que teve diversos casos de furtos tanto de produtos quanto de caixas inteiros nas edições pré-pandemia (um exemplo pode ser visto aqui).

A feira ainda contou com diversas novidades, como a melhor utilização do Meeps, o mascote da feira, criado por Michael Menzel ano passado, e do jogo de rolar e escrever Loot, de Roy zur Linde e Ralf zur Linde, publicado pela Skellig Games, que foi o jogo oficial da SPIEL e torna você um visitante da feira tentando visitar a maior quantidade possível de expositores.

Além disto, a feira ainda foi movimentada pelo Golden Demon, uma competição de pintura de miniaturas bastante conhecida do público da Games Workshop, que pela primeira vez foi realizada durante a feira, na qual mais de 1.000 pinturas foram avaliadas em 40 categorias diferentes, com Dave Perryman ganhando a Slayer Sword, principal prêmio do evento.

Fora dos comunicados oficiais, em conversas com diversos amigos que puderam ir à feira, grande parte me passou o mesmo relato: corredores cheios todos os dias, mesmo com o aumento de área útil da mesma, o que reforça a decisão da organização de limitação da quantidade de público.

Mas uma outra coisa também chamou muito a atenção dos visitantes com quem conversei: a inflação dos jogos parece ser mundial. Um exemplo disto é Kingdomino que, em seu lançamento em 2016 conseguia ser encontrado com preços chegando a 15 Euros. Hoje, 8 anos depois, Kingdomino está tendo uma nova edição com nova arte e, novo preço, chegando a 22 Euros.

Outros exemplos são jogos de cartas simples com o equivalente a um ou dois baralhos de 52 cartas. Um jogo deste tipo era facilmente encontrado nas feiras da década de 2010 com preços em torno de 5 Euros, porém hoje, os mais baratos ficam na casa dos 8 Euros, com diversos partindo de 10 Euros.

Isto mostra um aumento significativo de preços a nível mundial no pós-pandemia que não parece ter um horizonte final, o que significa preços ainda mais altos a médio prazo no Brasil e uma elitização ainda maior dos jogos por aqui, na contramão do que gostaríamos, que é ter cada vez mais gente envolvida com jogos de tabuleiro.

Quando ao próximo ano, já temos as datas da SPIEL, que ocorrerá entre 23 e 26 de outubro de 2025.

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