Neste último final de semana, como parte do Boardgame São Paulo Online, eu fiz uma live na qual, com representantes da Meeple BR, Devir e Funbox, eu discuti os fatores que tem levado o preço dos jogos para a extratosfera.
Na live, descobrimos que fatores tem contribuído para a elevação dos preços, e não é apenas a conversão do dólar/euro. A taxação de jogos e componentes importados alavanca esta conta que, com preços de fretes e conversão mais altos, tendem a cada vez subir mais, mas não são os únicos fatores.
Licenciamento do jogo, por exemplo, dependendo do jogo, pode chegar a bizarros 30% da fatia e os lucros intermediários de distribuidoras e lojas também tem que ser levado em consideração (incluindo novamente os impostos associados).
A produção dos componentes nacionalmente, uma das grandes falácias para diminuir os custos, em certos casos pode realmente ser mais barata, principalmente com a conversão do real muito baixa. Porém esbarramos em um grande fator: qualidade. Excetuando determinados componentes, como cartas, o Brasil não tem expertise em fabricação de jogos e os componentes locais são, geralmente, de uma qualidade diferente dos componentes importados (às vezes bem diferentes, seja para melhor ou para pior).
Além disto, mesmo esta alternativa tem limitações, pois muitos dos insumos dos fabricantes nacionais também acabam sendo importados, o que só transfere a problemática do dólar/euro e importação para outro elo da cadeia. Além disto, determinadas empresas não permitem a fabricação em locais diferentes e exigem que todos os componentes, independente do mercado, saiam do mesmo local, o que impede determinadas iniciativas.
O resumo é que não existe uma notícia boa no horizonte a curto prazo: a tendência dos preço dos jogos é permanecer alta por algum tempo em relação ao custo de vida no Brasil, assim como temos visto com diversos outros pontos atualmente.
Se quiser ver a live na íntegra e tirar suas próprias conclusões, é só conferir abaixo