De acorco com uma notícia publicada no portal do Ministério Público da Bahia (veja aqui), a promotora de justiça Joseane Suzart ajuizou umqa ação civil pública contra a Buró, acusando-a de comercializar um jogo de cartas que “incita atos de violência, discriminação de raça, gênero e sexo, […] promove desarmonia entre os cidadãos e estimula a autolesão e a desordem”.
O jogo em questão seria Amigos de Merda, um jogo de cartas original da Buró, no qual cartas contendo perguntas com um contexto de humor extremamente ácido são reveladas e os jogadores devem apontar para o jogador da mesa que mais corresponde a estas perguntas, o qual já é vendido em diversos países de idioma espanho e português e possui uma versão em inglês a ser publicada em breve.
Na ação, a promotora solicita uma liminar à justiça para que a empresa seja obrigada a alterar o conteúdo de 21 cartas do jogo, que ela identifica como “prejudiciais à saúde, segurança e dignidade dos consumidores”, embora a caixa do jogo tenha uma clara indicação sobre o que trata o jogo e que ele é indicado para maiores de 18 anos.
As cartas com perguntas como “De um dia para o outro, a internet do mundo acaba. Quem é o primeiro a se matar?” ou “Estamos na prisão. Quem é o primeiro a se prostituir em troca de proteção?”, segundo a visão da promotora Suzart, “expõe os consumidores a risco de segurança, bem como incentiva práticas delituosas” e que “a empresa, de maniera irresponsável, promove propaganda de condutas ilegais, as quais afrontam, indiscutivelmente, o ordenamento jurídico brasileiro”, sendo impossivel tratar este jogo “meramente como um jogo de cartas inofensivo”.
Segundo o site oficial, o Ministério Público tentou formalizar um termo de ajustamento de conduta com a Buró (o qual exigia a alteração das tais 21 cartas consideradas problemáticas) mas a empresa não concordou em assinar tal termo.
De acordo com uma nota oficial, a Buró contesta esta informação e cita que só tomou conhecimento desta ação pela imprensa, não tendo sido contactada anteriormente sobre o assunto.
Ainda, de acordo com a empresa, o jogo funciona de forma diamentralmente diferente do apontado pela promotora, “estimulando o diálogo sobre temas sensíveis e caros à nossa sociedade de forma leve e divertida para amigos e familiares”.
No momento, a Buró continua aguardando ser citada formalmente para tomar o devido conhecimento do processo e os próximos passos a serem judicialmente seguidos. Até o momento o jogo continua sendo vendido e nenhuma proibição do mesmos foi emitida.